Candomblé: Um caminho para a diversidade e a valorização da cultura afrobrasileira na educação

Boletim nº 23 – 04 de junho de 2020

 

Por Jayvane Quirino da Silva¹

 

O Candomblé traz diversos elementos e histórias sobre a população negra e sua origem com o continente Africano. Devemos pensar o Candomblé para além da religião, como um lugar onde podemos implementar a lei 10.639/10 através de símbolos e histórias, possibilitando um trabalho interdisciplinar.

Em janeiro de 2003 é sancionada a lei 10.639 que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira. Observamos que alguns trabalhos realizados nas escolas ou para além do muro escolar, traz a contação de lendas, danças dos Orixás, a capoeira, etc. Além disso, podemos pensar o terreiro de Candomblé como um lugar privilegiado para a implementação da lei 10.639 e o estudo da cultura afro-brasileira.  O Candomblé é uma religião criada no Brasil por meio da herança cultural, religiosa e filosófica trazida pelos africanos escravizados (Barros, 2009).

Uma visita guiada ao terreiro de Candomblé mediada por um sacerdote ou alguém indicado por ele, pode possibilitar conhecer a história da primeira casa daquela nação, o surgimento do Candomblé no Brasil, conhecer as nações, a história sobre a criação do mundo na visão do Candomblé, a divisão do corpo, conhecer palavras em iorubá, temperos e seus significados, etc. O terreiro é um lugar rico em cultura afro-brasileira.   Cabe a ressalva, que há crianças dentro desta comunidade com cargo hierárquico e elas também poderiam participar da visita orientando os visitantes.

Desse modo, conhecer um terreiro de Candomblé reconhecendo sua relevância histórica possibilita a valorização da cultura afro-brasileira, haja vista a importância das instituições escolares criar redes com esse local, a fim de implementar a lei 10.639, na luta contra o preconceito, intolerância religiosa e discriminação racial.

 

 

¹Professora de Educação Infantil do município do Rio de Janeiro. Graduada em Serviço Social pelo Centro Universitário Augusto Motta e Especialização em Atendimento à Criança e Adolescente Vítima de Violência pela PUC- Rio.

 

 

Referências

BARROS, Marcelo . et al. O candomblé bem explicado:Nações Bantu,Iorubá e Fon. Rio de Janeiro. PALLAS. 2009.

IPHAN. Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. IPHAN,2013. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/plano_nacional_desen_sustentavel_povos_comunidades_trad_matriz_africana.pdf. Acesso em : 08/05/2020.

PERES,Marta Simões; MOREIRA,Aderbal Ashogun .Percurso Oku Abó no contexto da Lei 10.639/2003:Complexo cultural dos povos tradicionais de terreiros na UFRJ.Polêmica,20014.Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/13208/10200. Acesso em: 08/05/2020.