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Notas sobre o evento “Mundo LGBTQIAPN+: Incidências Políticas no Planejamento Urbano e na Gestão Pública”
Publicado em 09/09/2025
CATEGORIAS: Boletim IPPUR, Notícia PPGPUR, Notícias IPPUR
Boletim nº 89, 10 de setembro de 2025
Cris Lacerda de Souza
Doutorande em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR/UFRJ

No dia 01 de julho deste ano, em alusão ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado dia 28 de junho¹, us alunes do doutorado e mestrado do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ, em parceria com o Laboratório de Etnografia Metropolitana – LeMetro e IPPUR realizaram uma potente mesa de debate chamada “Mundo LGBTQIAPN+: Incidências políticas no planejamento urbano e regional e na gestão pública”.
O evento reuniu ativistas do movimento LGBTQIAPN+ organizado, representantes parlamentares e acadêmicos do IPPUR e GPDES em torno das pautas LGBTQIAPN+ e suas incidências nas áreas do planejamento urbano e regional e da gestão pública, com ênfase nas políticas públicas e no direito à cidade para a população LGBTQIAPN+.

A primeira mesa, denominada “Políticas públicas LGBTQIAPN+”, ocorrida no período da manhã, foi mediada por Cris Lacerda – mestre e doutorande do PPGPUR-IPPUR; educadore em História, Filosofia e Sociologia; pesquisadore e palestrante +; ativista LGBTQIAPN+; presidente-fundadore da ONG Gardênia Azul Diversidade, participante do Fórum TT do RJ e do coletivo de saúde TTransdiversus – que apresentou o tema da mesa e discorreu um pouco sobre sua dissertação de mestrado, cujo tema foi a Violência estratégica LGBTQIA+fóbica. A primeira apresentação foi de Marcio Saraiva – escritor, poeta e sociólogo, mestre em políticas públicas para o público LGBTI+ e doutor em psicossociologia pela UFRJ – que deu uma maravilhosa aula sobre o histórico da construção e implementação de políticas públicas para a comunidade LGBTQIAPN+, no Brasil. Logo depois, Isaac Porto – assessor parlamentar da deputada Dani Balbi e jurista, discorreu sobre o processo de construção e luta nos espaços institucionais e políticos na implementação de cotas para o acesso da população LGBTQIAPN+ nas universidades. Por último, tivemos a apresentação de Fiona Almeida – arquiteta e urbanista trans e mestranda do PPGPUR-IPPUR – que discorreu sobre a sua experiência na implementação da cota para pessoas trans no mestrado e no doutorado, além de apresentar a sua pesquisa em torno das revitalizações de áreas centrais, no processo de neoliberalização, da mobilidade e da circulação de políticas públicas.
A segunda mesa, chamada “Planejamento Insurgente LGBTQIAPN+”, ocorrida no período da tarde, foi mediada por Luna Ribeiro – socióloga, pesquisadora da organização Justiça Global e mestranda do PPGPUR-IPPUR – que em sua fala de abertura apresentou o seu projeto de pesquisa de mestrado, centrado no território de Bento Ribeiro, local em que reside; na sequência, Ernane Alexandre – superintendente de Políticas LGBTI+ da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e coordenador do Programa Rio sem LGBTIfobia, do governo do Estado do Rio de Janeiro – apresentou um histórico de atuação institucional do PRSLGBTIfobia, nos seus 15 anos de existência; logo após, Camila Marins – jornalista, mestra em políticas públicas em direitos humanos pela UFRJ, cofundadora e editora da Revista Brejeiras, publicação feita por e para lésbicas e idealizadora do projeto de lei Luana Barbosa de enfrentamento ao lesbocídio – falou de forma bastante ampla sobre a relação de corpas LGBTQIAPN+, políticas públicas de segurança e direito à cidade; e, por último, Indianarae Siqueira – traviarca e presidente do Grupo Transrevolução e da Rede Brasileira de Casas de Acolhimento, CasaNem e ativista da Rede Brasileira de Prostitutas Gabriela Leite e Coletivo Putas da Vida – falou sobre a situação de pessoas LGBTQIAPN+ nas cidades, sobre a luta do movimento social organizado e das formas alternativas de trabalho e moradia, com ênfase nas casas de acolhimento para LGBTQIAPN+ que se encontram em situação de rua.
As exposições e os debates das duas mesas podem ser conferidos nos vídeos de registro de evento disponíveis no canal da Agência IPPUR:
Mesa 1 – https://www.youtube.com/watch?v=k1H8IGXo0j8
Mesa 2 – https://www.youtube.com/watch?v=OICTDaZ4ukM
Bibliografia
ALVES, Douglas Santos. Movimento LGBT, Participação Política e Hegemonia. [Tese] Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2016.
FERREIRA, Vinícius; SACRAMENTO, Igor. Movimento LGBT no Brasil: violências, memórias e lutas. Reciis, vol. 13, n. 2, p. 234-9, abr-jun 2019. http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v13i2.1826.
SOUZA, Cris Lacerda de. Os corpos LGBTI+ nos territórios segregados da cidade do Rio de Janeiro, 2020.
1 O que chamamos de movimento LGBTQIAPN+ tem o seu marco inicial com a revolta de Stonewall, em Nova York, Estados Unidos, em 28 de junho de 1969. Esta revolta marcou a passagem de uma população dispersa e marginalizada na condição de seres doentes, pecadores e criminosos para grupos organizados na sua própria identidade (ALVES, 2016) que ganhou o mundo.
No Brasil, a luta por direitos da comunidade LGBTQIAPN + iniciou-se em 1978, na cidade de São Paulo, com a criação do Grupo Somos – Grupo de Afirmação Homossexual. O surgimento do movimento homossexual acompanhou a consolidação dos movimentos identitários, do final da década de 1970 — como o movimento negro e movimento feminista —, abrindo novas agendas para as políticas públicas urbanas (FERREIRA; SACRAMENTO, 2019).
No seu início, a agenda do movimento estava voltada principalmente para a questão da visibilidade e cidadania dos homossexuais na sociedade. Ao longo do tempo, o processo que se iniciou, ampliou-se para as políticas de prevenção e combate ao HIV/AIDS e, depois, estende-se para outros campos de ação, como às Paradas do Orgulho LGBTQIAPN+, às políticas de formação militante, à capacitação de lideranças e políticas participativas e garantias de direitos civis, levando o movimento a um novo formato organizativo e de ação, no qual encontramos hoje (SOUZA, 2020).



