Iº Seminário Internacional Questões de Risco, Arquitetura Humanitária e Gênero

Boletim nº 4 – 22 de outubro de 2019

 

Pesquisadores e professores de diversas instituições se somaram à ONG Building 4Humanity, com sede na cidade de Coimbra, em Portugal, para organizar o 1º Seminário Científico Latino-americano em questões de Risco, Arquitectura Humanitária e Gênero, no âmbito do evento Marielle Franco Community Design Award #2nd edition.

A PUC-Rio, através do Departamento de Ciências Sociais, onde Marielle Franco se graduou, sediará o seminário.

O evento acontece nos dias 5 e 6 de dezembro de 2019.

As instituições apoiadoras do seminário são CIAUD, da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), a Universidade Federal Fluminense, a Universidade Internacional de Catalunya (Master em Sustainable Emergency Architecture,  Barcelona) e ainda a Universidade da Beira Interior (Portugal).

 

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Apresentação

 

Quase a atingir o primeiro quinto de século XXI, a população mundial e em particular a população das grandes cidades, continua em acentuado crescimento, com algumas tendências que se apresentam preocupantes. O vertiginoso ritmo da urbanização como resultado de sucessivos movimentos migratórios, externos ou internos, tem provocado um rápido aumento do número de habitantes das metrópoles, levando a que parte significativa das famílias que chegam à cidade se fixem nas periferias ou interstícios urbanos sub-infraestruturados.

Nestes a falta de serviços urbanos básicos é a regra, e a exposição ao risco de desastres é das mais elevadas, quer por via de ocupação de áreas geologicamente instáveis, não adequadas à edificação, quer por ausência de políticas públicas de redução do risco e preparação dos desastres; quer ainda pela vulnerabilidade dos grupos sociais. Estes grupos dispõe de baixa renda, níveis de educação mínimos, e incluem segmentos particularmente vulneráveis, seja idosos, jovens, mulheres e crianças em risco, ou outros subgrupos frequentemente marginalizados ou excluídos: refugiados, LGBT+, quilombolas, ciganos e outros grupos étnicos-raciais minoritários.

Este encontro científico de fala portuguesa e castelhana de países europeus, africanos e latino-americanos, pode considerar-se como único na sua configuração geográfica, temática e reunião de cientistas sociais, designers e líderes comunitários.

Procura sentar à mesa de debate pesquisadores, profissionais, técnicos de instituições públicas, membros de ONGs, de movimentos sociais, ativistas e representantes de comunidades locais interessados em partilhar conhecimentos e experiências. A partir de saberes adquiridos através do estudo ou da vida quotidiana e seus desafios, o seminário tem como objetivo promover a discussão plural, democrática, e com uma visão de uma sociedade inclusiva e progressista, sobre questões de vulnerabilidade, criação de risco, construção de resiliência, arquitectura humanitária, incremental housing, urbanização de favelas, saúde pública, desenho urbano, expressões físicas do direito à cidade, infraestrutura e serviços públicos para a saúde, o bem estar e qualidade de vida que de alguma forma afectam o dia a dia das comunidades que vivem em áreas precárias: favelas, bairros, musiques, chabolas.

Estabelecendo uma ponte forte e larga com os conceitos subjacentes ao Concurso Mundial Marielle Franco Community Design Award, de que se pode considerar como um evento paralelo, o seminário encoraja o debate sobre questões de gênero, do papel das mulheres, e das suas lutas pela família, pela moradia adequada, pelo combate à discriminação, pelo direito à igualdade de oportunidades e participação política, pela autonomia econômica, pelo direito a estarem livres da violência, física e psicológica, educação, à segurança pessoal em situações de crise ou conflitos armados, à diversidade e integração, ao envolvimento no planejamento, desenho, produção, uso e ocupação do espaço urbano; à higiene pessoal e privacidade. Existe portanto, uma forte expectativa com respeito à participação de mulheres-acadêmicas, estudantes, profissionais e representantes da sociedade civil.