Palestra sobre Divisão Sexual do Trabalho

Boletim nº 7 – 04 de dezembro de 2019

 

No dia internacional do combate à violência contra a mulher, o Núcleo de Pesquisa em Gênero, Espaço e Políticas Públicas (NUGEPP) da UFRJ promoveu sua primeira atividade aberta com a palestra “Divisão Sexual do Trabalho: Resultado de Pesquisa”, com a profª Clara Araújo.

O Boletim IPPUR apresenta um resumo da palestra do NUGEPP com a colaboração das alunas Graciele Caetano e Victoria Coutinho, alunas do GPDES.

 

Por Graciele Caetano e Victoria Coutinho

 

No dia internacional do combate à violência contra a mulher, o Núcleo de Pesquisa em Gênero, Espaço e Políticas Públicas (NUGEPP) da UFRJ, coordenado pelas professoras do IPPUR,  Maria Walkiria Cabral e Maria Aparecida Abreu, promoveu sua primeira atividade aberta convidando a profª Clara Araújo para falar sobre: “Divisão Sexual do Trabalho: Resultado de Pesquisa”. Professora associada da UERJ, integrante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ) e coordenadora  acadêmica do Núcleo de Estudos de Desigualdades e Relações de Gênero (NUDERG/UERJ), Clara é uma importante referências no Brasil quando se fala dá questão de gênero, sobre a participação da mulher na sociedade  brasileira.

A pesquisadora trouxe dados importantes sobre o Brasil no trabalho doméstico, segundo seus resultados de pesquisa, nosso país é o que tem mais mulheres inseridas nas atividades domésticas.

Apesar isso, esse número vem diminuindo. No ano de 2014, por exemplo, a taxa de mulheres que trabalhavam ou procuravam emprego era 43,3%, já em 2018 passou para 44,6% (PEA). Esse pequeno aumento de busca por emprego formal demonstra que, gradativamente, o número de mulheres que exercem atividades outras às atividades domésticas vem aumentando.

Outro dada da pesquisa de Clara Araújo aponta que uma mulher solteira com filho tem menos trabalho doméstico que uma mulher casada com filho. Outro resultado similar a isso, é que os homens reduzem suas horas com atividades domésticas com o casamento, em contra ponto, as mulheres têm suas horas aumentadas.

Os afazeres domésticos não são remunerados e muito menos considerados como um trabalho. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fala que os homens trabalham, em média, 141 minutos por dia; já as mulheres trabalham, em média, incluindo as ocupações do lar, cerca de 273 minutos por dia.

No Brasil, no ano de 2017, os homens trabalham, em média, menos de 11 horas por dia; enquanto que as mulheres gastam cerca de 21 horas por semana com as atividades domésticas.

Por fim, a pesquisa também nos trouxe uma perspectiva de melhora comparando o ano de 2003 com 2016. Observando os dados colhidos em relação ao Brasil, vimos que além da taxa de ocupações do lar alcançarem uma leve diminuição para as mulheres e um aumento para os homens, políticas públicas como o aumento da licença paternidade  já começa a ser um passo para acabar com a desigualdade de gênero no país.