Semana 8M: Perspectivas para integração – 07 a 09/03/2023

 

Nos dias 07, 08 e 09 de março, o Núcleo de Pesquisa em Gênero, Espaço e Políticas Públicas (NUGEPP), grupo vinculado ao IPPUR, promove a “Semana 8M: perspectivas para integração”, com apoio do Observatório das Metrópoles. O evento tem por objetivo debater a integração de Gênero no Planejamento Urbano e Regional como umas das questões urgentes contra todas as formas de violência e opressão.

A mesa abertura, no dia 07 às 19h, será realizada no formato online através do canal da Agência IPPUR e contará a participação de Rossana Brandão Tavares (EAU/UFF), Kaya Lazarini (FAU/USP) e Daniela Abritta Cota (Observatório Urbano de São João Del-Rei/UFSJ).

Na quarta-feira, a Semana 8M se integra ao ato mundial das mulheres, que prevê um momento de concentração na Candelária às 16h e uma grande marcha até a Cinelândia.

Finalizando o evento, a urbanista e arquiteta Jessica de Castro Santana (Movimento de Mulheres Olga Benário e UFMG) conduzirá uma roda de conversa voltada a estudantes de graduação e pós graduação interessadas em trocas acadêmicas sobre pesquisas relacionadas a gênero, planejamento urbano e regional e gestão púbica. A roda será realizada na Faculdade de Letras da UFRJ (sala F108), a partir das 10h.

 

Confira abaixo mais informações sobre as convidadas:

Rossana Brandao Tavares – feminista, mãe, arquiteta e urbanista pela EAU/UFF, especialização e mestrado pelo IPPUR/UFRJ e doutorado em urbanismo no PROURB/UFRJ, com doutorado sanduíche em Paris pela CAPES/Confecub. Trabalhou 8 anos na ONG FASE, atuando no FNRU, Comitê da Copa e Olimpíadas, em projetos e assessoria a movimentos sociais na Baixada Fluminense e área portuária do Rio, desde então acumula experiência nos temas da moradia, saneamento ambiental, projetos urbanos e gênero. Atuou em assessorias parlamentares na ALERJ e Câmara dos Vereadores, tendo integrado a equipe da vereadora Marielle Franco. Tem trabalhado como professora em arquitetura e urbanismo desde 2009. Atualmente, é professora adjunta da EAU/UFF e coordena grupo de estudo e pesquisa chamado Urb.ANAS, integrado ao GPDU/UFF, com projetos financiados pela FAPERJ, como JCNE. Recentemente, juntamente com Diana Helene foi premiada pela ANPARQ em 2022 com artigo “Indisciplina epistemológica: viradas metodológicas para o campo da Arquitetura e Urbanismo”.

Daniela Abritta Cota – mãe, arquiteta e urbanista, professora da UFSJ e integrante do Observatório Urbano de São João del Rei. É colaboradora no Observatório das Metrópoles, tendo participado da publicação “Reforma Urbana e direito à cidade- RMBH” (2022). Atua nas temáticas de gênero, cidade e políticas públicas.

Kaya Lazarini – doutoranda na FAU/USP, pesquisadora do LabCidade da FAU/USP, com graduação em Arquitetura e Urbanismo na UNICAMP (2009), especialização em Economia Solidária e Tecnologia Social na América Latina na UNICAMP (2011); e mestrado pela FAU/USP (2014). Desde 2010 é integrante da USINA – Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado, entidade sem fins lucrativos que presta assessoria técnica a movimentos populares na área de habitação popular e reforma urbana.

Jessica de Castro Santana – urbanista e arquiteta formada pela UFMG, com um olhar atento às periferias e aos saberes tradicionais e cria do Barreiro, em BH. Faz parte da coordenação nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario, é uma das coordenadoras da Casa de Referência da Mulher Tina Martins (BH/MG), compõe a equipe de arquitetas do projeto Arquitetura na Periferia e também trabalha com patrimônio cultural. Acredita em uma prática profissional que esteja alinhada à luta pela reforma urbana e o direto pleno à cidade, somada às pautas antirracistas, anticapacitistas, contra a cultura do estupro e o machismo e anticapitalista. Desenvolve essas pautas em um trabalho paralelo de ilustração e projeto gráfico chamado “A cidade em que hábito”.

 

Confira abaixo o texto de apresentação do evento:

As mulheres ocupam a linha de frente das lutas populares por direitos e melhores condições de vida, seja nos espaços públicos e privados, nas ruas, nas redes, no território. Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher conhecido mundialmente como 8M, rememoramos a história dos movimentos feministas e de mulheres, que diversas vezes se enreda na busca pelo direito à cidade. Quando reivindicamos moradia e transporte de qualidade, acesso à terra, aos recursos naturais e a justiça social, quando combatemos a fome, e pedimos por acesso ao trabalho, educação e o reconhecimento do trabalho reprodutivo, quando bradamos pela destruição dos tetos de vidros e da LGBTQIA+fobia, pela defesa do ecossistema e por políticas públicas de cuidado e de valorização da vida, estamos também lutando por usufruir das cidades.

Nesse sentido, é preciso discutir qual o papel do Planejamento Urbano e Regional, e da Gestão Pública nas diversas categorias sociais, culturais, econômicas, políticas e territoriais, na interseccionalidade gênero e raça? De que maneira a luta histórica dos movimentos feministas e de mulheres atravessa as ações do planejamento urbano e regional e da gestão pública? Qual a responsabilidade do campo PUR em transformar – ou manter – as desigualdades e injustiças enfrentadas por todas as mulheres na sociedade? Como o nosso campo pode contribuir para desenvolver ferramentas teóricas e práticas que colaborem na construção de uma sociedade baseada na igualdade e equidade de gênero e raça?

O mês de março é um momento oportuno para desenvolvermos reflexões sobre as questões levantadas acima, e de criarmos estratégias que possam avançar na luta contra a injustiça, desigualdade e violência. Ademais, este ano de 2023 traz como cenário político e social a busca pela reconstrução do Brasil. E, para que possamos costurar as profundas fendas que foram abertas, será preciso revisitar o passado, reparar erros históricos e desnaturalizar as injustiças sobre as quais estão apoiadas nosso próprio mito fundador, de maneira transversal e integrada.

Essa semana, elaborada pelo NUGEPP e pelo PPGPUR, abrirá o ano letivo de 2023 colocando no centro do debate essas e outras questões urgentes para se projetar um Brasil livre de todas as formas de violência e opressão!