Contribuições teóricas e metodológicas de Jamie Peck no dossiê da Revista Geografias (UFMG)
Boletim nº 84, 10 de dezembro de 2024
Felipe Nunes Coelho Magalhães (IGC/UFMG)
Hipólita Siqueira (IPPUR/UFRJ)
A Revista Geografias da UFMG acaba de publicar o dossiê Transformações capitalistas, desenvolvimento desigual, regulação e instituições: a geografia econômica crítica de Jamie Peck (vol 20, n 1, 2024). Nele, consta um grupo de artigos traduzidos para o português considerados como representativos de parte da vasta obra do geógrafo Jamie Peck, professor da Universidade da British Columbia, Canadá, agraciado com o prêmio Vautrin Lud de 2023. Embora seja um dos geógrafos mais renomados no período contemporâneo, suas publicações ainda são pouco conhecidas no Brasil. De modo aberto e plural e em constante diálogo e debate com outras vertentes e disciplinas, Peck traz contribuições importantes para o avanço não somente da geografia econômica, mas da própria linhagem na qual foi formado, da geografia crítica de língua inglesa, agregando ao campo uma série de perspectivas inovadoras, cuja contribuição potencial é significativa para o campo do planejamento urbano e regional, da gestão pública e áreas correlatas.
Através de experimentações com novos métodos e abordagens, os artigos que compõem o dossiê apresentam reflexões críticas sobre: o paradigma das redes (Sociologias Econômicas no Espaço); as potencialidades da contribuição da geografia econômica para um projeto pluralista e interdisciplinar de economia comparativa (Geografia Econômica: vida insular); as capacidades explicativas das visões sobre o neoliberalismo, antes e depois da crise global de 2008 (Explicando (com) o neoliberalismo); as contribuições do substantivismo de Karl Polanyi para a geografia econômica e outras abordagens socioespaciais (Por Geografias Econômicas Polanyianas); a reconstrução e a atualização das teorias do desenvolvimento espacial desigual (Geografias Macroeconômicas); a aplicação da abordagem “conjuntural” à análise urbana (Cidade Transatlântica, Parte 1: Urbanismo Conjuntural; Empreendedorismo Tardio, Parte 2); a teorização da diversidade e da espacialidade dos mercados para além da ortodoxia (Onde Estão os Mercados?); e um conjunto de princípios e diretrizes metodológicas de uma abordagem territorial de análise conjuntural (Praticando metodologias para análises de conjuntura: abordando o capitalismo chinês). Além desses artigos, há também a transcrição traduzida de uma entrevista com Jamie Peck, tratando da trajetória intelectual e de vários temas que estão contemplados nos artigos traduzidos no dossiê.
Todos os artigos podem ser acessados no site da Revista Geografias neste link.
Por ocasião do lançamento desse número da revista, o Cedeplar e o Programa de Pós-Graduação em Geografia, ambos da UFMG, realizaram o seminário Engaging Variegation: Capitalist Transformation, Uneven Development, and the Challenge of Conjunctural Analysis, com uma conferência de Jamie Peck, e que pode ser consultado aqui Jamie Peck – Engaging Variegation (UFMG).